A sustentabilidade em hospitais é parte essencial da gestão responsável e eficiente de qualquer instituição de saúde. Com o aumento da conscientização ambiental e a pressão por práticas alinhadas às diretrizes de ESG (Ambiental, Social e Governança) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), hospitais estão repensando seus modelos operacionais.
Em especial no que diz respeito ao uso de materiais descartáveis. Mas como reduzir o uso de descartáveis sem colocar em risco a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde?
Essa é a pergunta que muitos gestores e equipes técnicas têm feito. E a resposta passa por planejamento, inovação e mudança de cultura.
Por que a pauta “sustentabilidade” é urgente?
Os hospitais consomem muitos recursos diariamente (água, energia, insumos e, principalmente, materiais descartáveis). O uso desses itens se popularizou por motivos legítimos: garantir segurança contra infecções, facilitar rotinas e manter padrões. Mas essa escolha tem um custo ambiental alto.
Boa parte dos materiais descartáveis utilizados em ambientes hospitalares não é reciclável. E quando descartados de forma inadequada, podem representar riscos reais à saúde pública e ao meio ambiente.
Por isso, buscar alternativas mais sustentáveis não é apenas uma tendência ou uma questão de reputação institucional. É uma responsabilidade ética e estratégica que precisa ser incorporada à rotina dos serviços de saúde.
Sustentabilidade em hospitais: como aplicar ESG e contribuir com os ODS
Falar em sustentabilidade em hospitais é, hoje, falar em ESG. A sigla (que vem do inglês Environmental, Social and Governance) representa um conjunto de práticas que ajudam instituições a operar de forma mais ética, responsável e alinhada com os desafios do nosso tempo. E no contexto hospitalar, isso tem implicações diretas na forma como se consome, se descarta e se cuida.
O “E” de ambiental diz respeito ao impacto que o hospital gera no meio ambiente. Isso inclui o consumo de energia, o uso da água, a geração de resíduos e a emissão de gases. Na prática, hospitais podem aplicar esse pilar com ações como:
- Implantar sistemas de reuso de água em lavanderias e áreas técnicas.
- Substituir lâmpadas convencionais por LED e investir em energia solar.
- Reduzir o uso de descartáveis e priorizar materiais reutilizáveis com protocolos seguros.
- Separar corretamente os resíduos e firmar parcerias com empresas de coleta especializada.
Já o “S” de social envolve o cuidado com as pessoas — pacientes, colaboradores e comunidade. Um hospital sustentável não é apenas eficiente: ele é humano. Isso se traduz em:
- Ambientes acolhedores e acessíveis para todos os públicos.
- Programas de saúde preventiva e educação em saúde para a comunidade.
- Valorização dos profissionais com boas condições de trabalho e capacitação contínua.
- Políticas de inclusão e diversidade dentro da equipe.
Por fim, o “G” de governança trata da forma como o hospital é gerido. Transparência, ética e responsabilidade são fundamentais. Exemplos práticos incluem:
- Monitoramento de indicadores ambientais e sociais com relatórios periódicos.
- Comitês internos para discutir sustentabilidade e propor melhorias.
- Adoção de políticas claras de compras sustentáveis e descarte responsável.
- Comunicação aberta com pacientes e colaboradores sobre metas e resultados.
Essas práticas melhoram a imagem institucional e também reduzem custos operacionais e aumentam a eficiência. E mais: elas estão diretamente conectadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Hospitais que adotam ações sustentáveis contribuem com diversos ODS, como:
- ODS 3: Saúde e bem-estar: ao oferecer cuidados de qualidade e promover ambientes saudáveis.
- ODS 6: Água potável e saneamento: com uso consciente e tratamento adequado de efluentes.
- ODS 12: Consumo e produção responsáveis: ao reduzir o uso de descartáveis e melhorar o descarte de equipamentos hospitalares.
- ODS 13: Ação contra a mudança global do clima: com redução de emissões e eficiência energética.
A segurança não pode ser comprometida
É importante reforçar: nenhuma medida de sustentabilidade deve colocar em risco a segurança dos pacientes ou da equipe. Por isso, toda mudança precisa ser validada por protocolos técnicos e respaldada por evidências científicas.
No Brasil, o uso de materiais reutilizáveis em ambientes hospitalares deve seguir normas específicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a RDC nº 156/2006, que trata dos requisitos para o registro de produtos médicos, e a RDC nº 50/2002, que estabelece diretrizes para o planejamento físico de estabelecimentos assistenciais de saúde.
Além disso, a RDC nº 15/2012 define os critérios para o processamento de produtos para saúde, incluindo limpeza, desinfecção e esterilização. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também contribui com diretrizes importantes, como a
NBR ISO 17665-1, que trata da esterilização por calor úmido, e a NBR ISO 15883, voltada para lavadoras desinfectadoras.
Essas normas garantem que os processos sejam eficazes e seguros, evitando riscos de contaminação cruzada.
Outro ponto essencial é o envolvimento da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Cabe a ela avaliar os riscos, revisar os protocolos e aprovar o uso de materiais alternativos. A CCIH também deve acompanhar os resultados e propor ajustes sempre que necessário.
O papel do descarte consciente
Mesmo com a redução do uso de descartáveis, o hospital continuará gerando resíduos. Por isso, o descarte de equipamentos hospitalares deve seguir critérios técnicos e ambientais. Separação correta, destinação adequada e rastreabilidade são práticas que evitam contaminações e reduzem o impacto ambiental.
Hospitais podem firmar parcerias com empresas especializadas em gestão de resíduos, garantindo que o descarte seja feito de forma segura e sustentável. Além disso, campanhas internas de conscientização ajudam a envolver todos os setores da instituição.
Enfim, a sustentabilidade em hospitais não é uma tendência passageira. É uma resposta necessária aos desafios ambientais e sociais do nosso tempo. Reduzir o uso de descartáveis, melhorar o descarte de resíduos e adotar práticas conscientes são passos que fazem diferença.
E o mais importante: é possível fazer isso sem abrir mão da segurança. Com planejamento, capacitação e tecnologia, os hospitais podem se tornar espaços mais sustentáveis, eficientes e humanos.
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